DIA. – ó precioso metrossexual, cá vindes vós? Que cousa é esta?
Vem o rapaz e, chegando ao batel infernal, diz:
Metro. Esta barca onde vai ora, que assi está pronta para a partida?
DIA. Vai para a ilha perdida e há-de partir logo ess’ora.
METRO. Pera lá vai a senhora?
DIA. Senhor, a vosso serviço.
METRO. Parece-me isso sem marca…
DIA. Porque a vedes lá de fora, e lá de dentro vai ora a marca.
Metro Porém, a que terra passais?
DIA. Pera o inferno, senhor.
Metro. Terra é bem sem-sabor, so se pera la tiver cosméticos
DIA. Quê? Mais outro de severas fantasias? Pera o Inferno viajarás.
Metro. Parece-te a ti assi
DIA. Em que esperas ter guarida se lá só soubeste-te fantasiar de cousas caras e reluzentes?
METRO. No paraíso pera la vou, que leixo na outra vida quem reze por mi.
DIA. Quem reze por ti?! HI hi hi hi hi, só se for pera la essas marcas do horrendo!
E tu que viveste a teu prazer, que eras feito de futilidade e cheio dela, cuidando cá salvar-te porque rezam lá por ti?
Embarcai! Hou! Embarcai, que haveis de ir à derradeira.
To be continued
Afonsinetes